Meu nome é Aaron. Sou o cronista do Império de Dymond, e é meu dever relatar sua história. Nasci no ano de 908, durante o reinado de Tales Varyest, O Justo. Meu pai era conselheiro do Imperador, e Cronista antes de mim. Minha mãe morreu quando eu tinha cinco anos de idade. Fui criado junto aos filhos gêmeos do Imperador, Heitor e Lexis Varyest. E, sobre mim recaiu a responsabilidade de registrar os acontecimentos dessa geração. E é isso que farei aqui. Espero ser o mais esclarecedor possível, já que Dymond é um império vasto, e os fatos que irei descrever aqui nem sempre foram presenciados por mim, mas descritos por relatos de terceiros. Porém, como meus antecessores, entendendo a importância dos registros, e procurarei ser o mais fiel possível.A história de Dymond começa muito antes. Apesar de já relatada nos Anais da História Universal do Império, que li incessantemente desde criança na Biblioteca Imperial de Jaummer, farei uma breve retomada, desde sua Aurora. Dymond era, no princípio dos tempos, uma terra vazia e sem vida. Espíritos malignos vagavam sobre ela, destruindo tudo o que os Quatro deuses tentavam criar. Irados com o comportamento desses espíritos, os Quatro deuses criaram o Mundo Inferior, e os expulsaram de Dymond, onde floresceu e prosperou toda a vida.
Os Homens foram criados pelo deus ar. Os Elfos pelo deus terra. Os Possowry, grandes felinos dotados de imenso poder, pelo deus água. E os Dragões pelo deus fogo. A cada uma das raças, os deuses deram um pedaço do continente para governarem. Os homens ficaram com o litoral oeste e boa parte do centro do continente. Os elfos com o litoral leste e algumas ilhas no Okeanus. Aos tigres, couberam as gélidas colinas do norte, com suas florestas cobertas de neve. E por fim, aos Dragões couberam os desertos rochosos do sul.
Mas com pouco tempo, a ganância das raças fizeram surgir à Primeira Grande Guerra. A princípio, Dragões e Elfos lutaram pela posse do Leste. Mas aos poucos, Os Dragões, que venciam os Elfos, começaram a invadir o território dos homens e o dos tigres. Isso forçou as três raças a formarem pela primeira vez a Tríplice Aliança. Unidas, conseguiram não apenas forçar os Dragões a recuarem, como também resolveram formar um Império, unindo os três territórios, para impedir uma nova futura investida por parte dos Dragões.
A primeira dinastia a reinar foi a dos Hellsy, a família real dos elfos. Por cinco séculos, eles protegeram e governaram Dymond. Durante seu reinado, os Dragões tentaram fazer aliança com vários membros corruptos da corte, mas nunca obtiveram êxito.
Depois, veio a dinastia dos tigres. Apesar de ser mais curta que a dos elfos, apenas duas gerações, os tigres estabeleceram normas que afastaram ainda mais os Dragões. A família real se chamava Trystan. Os Trystan reinaram pacificamente, sem ocorrências de revoltas no território do império, além de fortalecerem a religião Quadricular e derrubarem pequenos templos de adoração a deuses populares.
Então veio a dinastia dos homens. Estes sempre foram considerados mais fracos pelos elfos, mas tinham a simpatia e o apoio dos tigres. Foi durante o reinado do primeiro imperador homem, Victor Varyest, que os Dragões invadiram Dymond novamente. Apesar de terem destruído grande parte das mais preciosas florestas élficas, e chegado até as montanhas geladas do norte, eles foram repelidos, após sete anos de guerra. E foi assim, com guerra e morte, que começou o governo dos homens.
Após a derrota, os Dragões mais uma vez se retiraram para o rochoso sul, para além do alcance de homens, elfos e tigres. E há relatos de que uma imensa cidade, erguida sob as ruínas de Ragnarók o reino amaldiçoado no início do mundo, está sendo erguida por eles, abrigando o mais terrível dos exércitos já vistos em Dymond.
Tales Varyest é o sexto rei da dinastia. Os elfos, próximo povo na linha de sucessão cíclica estabelecida no início do Império, se recusaram a subirem no trono, concedendo apenas descendentes da dinastia Hellsy em casamento. Sendo assim, Tales se casou com Líncerat Hellsy. Seus filhos são os primeiros mestiços do mundo. Meio Homens, meio elfos. Talvez seja por esse motivo que o destino de ambos, e daqueles que os rodearam, viria a ser tão trágico e poderoso. Talvez seja por esse motivo que os quatro deuses se voltariam contra suas criaturas, para destruí-las. E talvez seja por isso, só por isso, que essa geração vivenciou acontecimentos que moldariam o mundo para toda eternidade.
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